domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carnaval 2010: campanha contra aids foca mulher e gay

Paulo - A campanha publicitária de prevenção à aids do governo federal para o carnaval deste ano terá como foco principal mulheres de 13 a 19 anos e jovens gays, de 13 a 24 anos. Segundo pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Ministério da Saúde estes são os dois grupos mais vulneráveis ao contágio pelo vírus HIV.

A campanha, lançada hoje pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério na Vila Olímpica da Mangueira, no Rio de Janeiro, tem como slogan "Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre". O material é direcionado tanto para quem tem relação sexual estável quanto para relações casuais.

Pela primeira vez, nos dez anos de sua existência, a campanha terá dois momentos. No primeiro, veiculado uma semana antes dos dias de folia, as peças tratam do uso da camisinha. Na semana seguinte ao carnaval, outros materiais falarão sobre a importância de se fazer o teste de HIV quando se viveu alguma situação de risco.

São três vídeos, um para as meninas, um para os jovens gays e o outro (a ser veiculado no período pós-carnaval) de incentivo à realização do teste de HIV. Em ambos, a protagonista é uma camisinha falante que alerta os jovens para o uso do preservativo, narrada na voz da atriz Luana Piovani, que aderiu à campanha e não cobrou cachê.

Números

Os números mais recentes da aids no Brasil mostram que a epidemia na década de 2000 comporta-se de forma diferente entre os jovens. Na população geral, a maior parte dos casos está entre os homens e, entre eles, a maioria das transmissões ocorreram em relações heterossexuais.

Considerando somente a faixa etária dos 13 aos 24 anos, a realidade é outra. De 13 a 19 anos, a maior parte dos registros da doença está entre as mulheres. Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros. Para os homens dos 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual.

Entre as mulheres, o aumento de casos de aids se deu em todas as faixas etárias. Em 1986, a razão era de 15 casos em homens para cada um em mulheres, e a partir de 2002, a razão de sexo estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de aids é maior entre as mulheres jovens. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada dez em meninas.

Dificuldades

De acordo com o Ministério da Saúde, diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens à infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões.

"No caso dos jovens gays, falar sobre a sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais. Eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir, o que os deixa mais vulneráveis ao HIV", explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Aids entre jovens atinge principalmente mulheres e homossexuais no Brasil

Vladimir Platonow
Da Agência Brasil

A incidência de Aids entre os jovens de 13 e 19 anos atinge principalmente homossexuais e mulheres. Nesta faixa etária, a prevalência de contaminação é feminina, com 60% dos casos. De 2000 a junho de 2009 foram registrados no país 3.713 casos da doença em meninas, contra 2.448 em meninos. Entre os adolescentes, 39,2% dos casos entre os meninos foram resultado de relações homossexuais.

Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da campanha Carnaval de Prevenção à Aids, no Rio. As estatísticas apontam para uma feminização da doença. Em 1986, eram 15 homens infectados para cada mulher, proporção que mudou para 15 homens para cada 10 mulheres, a partir de 2002.

No acumulado desde 1982, até junho do ano passado, o país registrou 11.786 casos de aids entre os jovens de 13 e 19 anos. Em 2007, houve 550 novos casos da doença neste grupo, número que foi de 587 em 2008.

Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, houve uma negligência das pessoas quanto à proteção nos últimos anos. “Como a expectativa de vida avançou, o diagnóstico foi ampliado e as pessoas estão vivendo com mais conforto, houve um certo relaxamento no uso do preservativo, que é uma maneira eficaz de impedir a transmissão da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis, além de uma gravidez indesejada”, disse.

Para reduzir a incidência e conscientizar sobre os riscos da doença, o Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres começam a veicular, a partir de hoje, uma campanha pela televisão, rádio, internet e imprensa escrita dirigida ao público jovem. Na primeira semana, até o carnaval, será enfatizada a importância do uso da camisinha. Na semana seguinte, a ênfase será sobre a importância de se fazer o teste anti-HIV, se houver alguma relação de risco, sem proteção.