(embargada até as 14h de hoje em Brasília) Londres, 29 jun (EFE) - Uma equipe de cientistas conseguiu fazer com que as células T, um tipo de leucócitos, sejam resistentes ao vírus da aids graças à modificação de um gene, segundo uma pesquisa publicada hoje pela revista científica britânica "Nature Biotechnology".
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) explicam neste artigo como anularam a ação destruidora que o vírus tem nestas células graças à utilização de uma enzima criada para interromper a ação de um gene-chave.
Este gene, chamado CCR5, é o responsável pela criação de um receptor da superfície das células T que é a substância que permite que o vírus as invada.
Após observar que os indivíduos que nascem com mutações nesse gene que impede que as moléculas da superfície sejam funcionais mostram uma resistência natural a esta infecção, os cientistas pretendiam comprovar se esse mecanismo poderia ser reproduzido em células normais geneticamente modificadas.
Para isso, desenvolveram uma enzima capaz de anular a ação do gene CCR5.
Trata-se de um tipo de endonuclease com dedos de zinco, capaz de "cortar" o DNA em determinadas regiões dos cromossomos, que conseguiram interromper sua atividade nas células T com uma especificidade muito elevada.
A partir daí, foram feitos exames em provetas e em ratos de laboratório com células T modificadas.
Na experiência envolvendo a lâmina de cultivo, onde se misturaram células normais e células modificadas com o vírus da aids, as segundas sobreviveram mais.
No caso dos ratos infectados com uma doença equivalente à aids, os que receberam um transplante de células T modificadas tiveram uma carga viral menor e um maior número de células T que o resto.
Os pesquisadores americanos afirmam que a descoberta poderia contribuir para desenvolver tratamentos clínicos nos quais as células T de um indivíduo soropositivo fossem alteradas e reinseridas no paciente, resistentes ao vírus, para reforçar seu sistema imunológico.
UOL Notícias
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