quinta-feira, 19 de julho de 2012


Mortes por aids caem 24% no mundo

Redução se refere ao período 2005-2011; países em desenvolvimento elevaram em 15% os investimentos no combate à doença, diz ONU

19 de julho de 2012 | 3h 04
LEONENCIO NOSSA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O número de mortes causadas pela aids caiu 24% no mundo entre 2005 e 2011, aponta relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentado ontem em Brasília. O total de óbitos passou de mais de 2,2 milhões em 2005, quando chegou ao grau mais elevado, para 1,7 milhão no ano passado. A melhoria ocorreu, sobretudo, graças ao tratamento com antirretrovirais.

De acordo com a ONU, na década de 1980, o tempo de vida dos soropositivos era, em média, de cinco meses. Hoje, ultrapassa dez anos. No ano passado, os infectados pelo vírus HIV alcançaram a casa dos 2,5 milhões, o que a ONU considera baixo. Ao todo, 34,2 milhões de pessoas no mundo vivem com o vírus.
O coordenador da Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids) no Brasil, Pedro Chequer, destacou que o acesso ao tratamento da doença tem tido papel fundamental na sobrevida dos pacientes. Ele elogiou a posição do Brasil, considerada um exemplo no mundo, e afirmou que a universalização do acesso aos medicamentos pode ser alcançada daqui a três anos.
"Parte dessa vitória se deve ao Brasil. Desde os anos 1990, o País se mantém firme na política de tratamento, apesar de momentos de dificuldade econômica", disse. A postura do Brasil se reflete na cobertura de tratamento com medicação antirretroviral usada na América do Sul, com atendimento a 70% dos doentes. Esse é o maior alcance de todos os continentes, disse Chequer.
O relatório da ONU lembrou que é preciso combater o preconceito em relação à aids. Para Chequer, a discriminação ainda é um grande vilão contra a prevenção e o tratamento do HIV.
Investimentos. A ONU detectou ainda um aumento de 15% nos investimentos dos países em desenvolvimento no setor. No ano passado, os países pobres investiram US$ 8,6 bilhões no combate à aids. Esse aumento foi o suficiente para a ONU divulgar seu relatório num clima de otimismo. "Já apresentei muitos relatórios. Devo dizer que esse é um dos mais positivos", afirmou Jorge Chediak, coordenador residente da ONU no País.
"O perigo está na crise, por isso é preciso garantir que os países em desenvolvimento mantenham os investimentos", disse. Das 34,2 milhões de pessoas que vivem com o vírus HIV no mundo, 30,7 milhões são adultas e 16,7 milhões são mulheres.

Nenhum comentário: